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A Secreta Cia de Teatro, nasce com o mote de que "alguns segredos não podem ficar guardados". Criada em Maio de 2016 na cidade de Ibiassucê-BA pelo ator/diretor/produtor cultural Jhow Abreu.
Email: asecretaciateatro@gmail.com
Endereço:
CEP: 46390-000
Logradouro:
Número:
Complemento:
Bairro:
Município: Ibiassucê
Estado: BA
Descrição
A história do teatro em Ibiassucê: para além da Secreta Cia de TeatroA história recente da linguagem teatral na cidade de Ibiassucê, emancipada em 1962, não começa com a Secreta Cia de Teatro (atual componente da Rede de Teatro do Velho Chico). Antes desta, outros grupos existiram e foram responsáveis por dinamizar o cenário cultural da cidade, além de agentes culturais que contribuíram com a cena teatral.
PRIMEIRA FASE - 1996/1999 - JANILTON ALMEIDA
Um agente cultural importante de ser citado é Janilton Almeida (atualmente professor na rede estadual e funcionário da Secretaria de Educação) que realizou algumas das primeiras ações no âmbito do teatro na cidade, de que se tem notícia. Ele sempre gostou de teatro desde a adolescência, e trouxe um colega ator de Brumado, chamado Manoel Messias para ministrar cerca de 10 oficinas aos domingos com jovens da cidade por volta do ano de 1996. Nisso Manoel deixou alguns roteiro de oficinas de teatro para que Janilton replicasse no grupo de jovens da igreja. Chegaram a montar o espetáculo “Pluft, o fantasminha”.
Com isso, Janilton começa a realizar algumas pesquisas sobre oficinas de teatro em livros na UNEB por volta de 1999 quando era estudante de geografia e encontrou um livro de Maria Clara Machado com roteiros de oficinas e ao final com um texto teatral para montagem - “A bruxinha que era boa”. Ainda no ano de 1999, a professora Eliane funda a associação de amigos para a preservação da cultura de Ibiassucê que se alojou no Sobrado/Casarão. Nesta época havia alguns alunos da UNEB, dentre os quais o próprio Janilton, que sob orientação da professora Eliane realizaram um projeto de oficinas de teatro aos sábados (técnicas de voz, expressão, textos, entonação, exercícios. Tal grupo tinha cerca de 15 pessoas, sendo algumas pessoas do grupo de jovens da igreja e estudantes que já eram alunos de ensino médio de Janilton à época. Alguns dos espetáculos que foram montados: “A bruxinha que era boa”, “A harpa encantada” (de autoria de Janilton - apresentado no antigo auditório do Centro Educacional de Ibiassucê), e “Juiz de paz na roça” (apresentada em uma festa de são sebastião). O grupo era requisitado por comissões de festejos e outros eventos. Dentre os alunos de teatro de Janilton, é relevante citar Ediênio Farias que viria a ser uma figura importante para a cultura e arte da cidade alguns anos depois.
SEGUNDA FASE - 2007/2009 - EDIÊNIO FARIAS E O GRUPO LAMPARINA
Por volta dos anos de 2007 e 2009 surge um dos principais coletivos que já existiram na cidade, o tão comentado à época: Grupo Artístico Lamparina, cujo nome foi sugestão da professora Eliane Andrade. Sob a direção do professor da rede pública municipal de ensino, Ediênio Farias (anteriormente aluno de Janilton Almeida), e originado de um grupo de jovens da Igreja Católica, o Grupo Lamparina montou diversos espetáculos como: "Anjos Negros", "A Última Páscoa”, “O Casamento Caipira de Zé do Brejo e Fiurina Dengosa", “Belzebu de Saia”, "Eco e Eca" e dentre outros. Era um grupo famoso pela quantidade de integrantes, que residia no antigo Centro Comunitário Cafarnaum.
O grupo participou também do I Festival de Teatro da Casa Anísio Teixeira em Caetité e concorreu a editais setoriais de cultura da FUNCEB/SECULT-BA e da Funarte com proposição do integrante Fagner Marques. O ex-ator do grupo, Daniel Viana chegou a fazer teste para o filme "Capitães de Areia" em Salvador. Entre 2010 e 2011, o diretor do Grupo, Ediênio (e também secretário de educação e cultura à época) chega a produzir os espetáculos "Pretas por ter" e "Baianidade Baiana" da Cia Baiana de Risos, com direção de Alberto Damit. Em meados de 2010, o Lamparina finda definitivamente suas atividades, tendo sido utilizado o nome para uma última apresentação em 2013 com Liu Souza, Jhow Abreu e Josiara Santos.
Não existem muitas informações, porém é sabido da existência do Grupo Mãe da Rua na mesma época do Grupo Lamparina (2007 a 2009/2010) e um destes guardava um grande vínculo com a Igreja Católica. Ambos tinham contribuições de Ediênio e dos integrantes do Lamparina.
QUARTA FASE - 2010/2013 - FRUTOS DO GRUPO LAMPARINA
Após o fim do Grupo Lamparina, ocorreu a criação de dois outros grupos que possibilitou a migração de alguns integrantes para estes. Um foi liderado por Natan Sousa e Léo Oliveira com jovens da igreja católica e utilizaram o nome de Anunciadores da Paz. Tal grupo existiu entre 2010 a 2011 e as apresentações geralmente eram na igreja, mas também tiveram apresentações na praça do rebentão e no centro cafarnaum. Outro grupo foi liderado por Augusto Jackson e Liu Souza também com jovens religiosos. Ambos os grupos duraram até 2011. Por outro lado, Ialy Moreira, ex-integrante do Grupo Lamparina e Liu Souza chegaram a multiplicar oficinas de Teatro na Diretoria de Cultura e no CRAS da cidade, respectivamente.
A partir do ano de 2012, Jhow Abreu, também ex-integrante do Grupo Lamparina, que foi membro já nos últimos momentos do grupo, inicia sob orientação de Edienio o curso de agente cultural multiplicador na área de teatro pelo Projeto FestCasa da Casa Anísio Teixeira/UNEB/Renova Energia. Isso contribui para o estabelecimento de vínculo mais sólido com a cena teatral de Caetité e com a Trupe dos Dobradores de Arte.
QUINTA FASE - 2014/2015 - CIA DO CISCO E PROJETO ARTE, ESPORTE E CIDADANIA
A partir do ano de 2014, Ialy passa a ministrar oficinas e montar o primeiro espetáculo da então Cia do Cisco "No País dos Prequetés", criada no mesmo ano dentro do Projeto Arte, Esporte e Cidadania sob a gestão de Leninha D'Noite, então diretora de cultura.
Jhow Abreu (recém formado pelo curso citado) e Ialy Moreira começam uma colaboração ministrando oficinas e na direção de alguns espetáculos da Cia do Cisco até 2015. Alguns dos trabalhos foram "Em Busca do Tesouro", e "O Tesouro da Emília", ambos com direção de Jhow Abreu e temporadas nas escolas municipais.
Ainda em 2015 durante a Semana do Livro e da Leitura, Jhow Abreu e Leninha D'Noite produzem juntos os espetáculos "O Reizinho Mandão" da Cia Imagem e Ação e "A Farsa do Corno Aflito" do Grupo Vôti, ambos do núcleo de artes cênicas da Casa Anísio Teixeira de Caetité. Também em 2015, Jhow Abreu produziu e esteve no elenco do espetáculo "O Avarento" dos Dobradores de Arte, que se apresentaram no Casarão/Sobrado.
SEXTA FASE - 2016/2022 - A SECRETA CIA DE TEATRO
Somente no mês de maio do ano de 2016, é criada A SECRETA CIA DE TEATRO. A primeira montagem foi “O segredo de Nara”, que teve temporadas em 2016, 2017, 2018 e 2019, e cujo título contribuiu diretamente no nome da companhia. Os integrantes à época eram em sua maioria adolescentes vindos da extinta Cia do Cisco.
E então em 2017 a Secreta passa a integrar a Rede de Teatro do Velho Chico estabelecendo uma valiosa relação com os grupos integrantes para montagem de espetáculos e colaboração nos processos estéticos como figurino, interpretação e expressão corporal. Alguns grupos que contribuíram diretamente: Cia de Teatro Mistura, Cia Contra Capa, Dobradores de Arte, Cia Imagem e Ação, Cia Teatral Carona, Cia Art'manha. Neste ano também criou junto com a Cia Teatral Carona o Núcleo de Artes Teatrais de Ibiassucê e Caculé (NUCLEARTE). A Secreta produziu espetáculos de outros grupos em conjunto com o NUCLEARTE e com apoio do comércio local: "Beijos Amiga", "A Valsa", "O Casamento do Palhaço" dentre outros.
O grupo possui um importante cunho de denúncia social e leva a vontade de usar o teatro como instrumento de transformação. Mas também já se aventurou em montagens 'fantásticas' como "Doralice no Sertão das Maravilhas" (02 apresentações) do texto de Leninha D'Noite (escritora ibiassuceense). Alguns textos autorais chegaram a ser trabalhados como a tragicomédia "Água Por Um Triz" e a contemporânea cena curta "Falas de Que" (03 apresentações), além do Monólogo "Não Me Cegues" (01 apresentação) (autorizado por Marcus Di Bello).
O grupo trouxe em suas temporadas a utilização da música autoral em cena, com coreografias e marcações que contribuíam para a dramaturgia concebida, além da extensa relação em rede com parcerias para figurino, cenário e objetos cênicos, bem como preparação e construção de personagem. O teatro de rua foi a principal modalidade utilizada nos espetáculos.
Passaram pela companhia: Jhormes Jackson, Luzia Barbosa, Marcus Vinicius, Marcelli Eduarda, Gustavo Ramos, Pedro Soares, Andressa Andrade, Victor Barbosa, Sabrina Sousa, Raissa Oliveira, Fernanda Rocha, Thiago Nascimento, Adrianny Santos, Jeferson Sousa e Jhow Abreu.
O ano de 2022 marca o fim de um ciclo de 6 anos do grupo, que termina sua existência na 6ª Mostra de Teatro do Velho Chico, onde foi anfitrião. A última montagem foi o espetáculo-rito "Cova Rasa" que teve concepção de Adrianny, Jhow e Jeferson e uma colaboração sem precedentes com Danilo Lima (Barreiras/BA - pesquisador de teatro multimídia, mediador cultural e crítico teatral, bacharel em artes cênicas pela UFBA) que assinou a visualidade e a encenação, além de toda a preparação.
O espetáculo "Cova Rasa" trouxe a denúncia do caso de homicídio de Bernardo Boldrini, menino de 11 anos morto pela madrasta (enfermeira) e sua amiga (assistente social) supostamente com plano do pai (médico). O encenador recebeu o convite para a parceria que se deu de forma remota, mas que proporcionou uma nova vivência à Secreta Cia. A montagem parte de uma interessante pesquisa sobre o caso e seus personagens, depoimentos, manchetes e cenas do julgamento ocorrido em 2019. As escolhas dramatúrgicas dão conta de trazer uma atmosfera ritualística para 'desenterrar' pontos altos da história e contar a partir de alguns pontos de vista o desenrolar dos fatos, que relacionam o teatro documentário nessa praxis. O grupo também tem o interesse de trazer elementos de discussão sobre como a vida do garoto foi negligenciada e os maus tratos vividos, como forma de alerta e de busca por soluções no momento atual para que casos como esse não ocorram. As experiências biográficas dos artistas em cena são complementares à encenação, assim como a ficção é escolhida para trazer novas visões sobre o caso.
SÉTIMA FASE - 2019 ATÉ OS DIAS ATUAIS
Como é possível perceber na história do teatro da cidade, há uma relação muito clara com as igrejas. A partir do ano de 2019 surgiu o Grupo de Teatro São Sebastião liderado pelo jovem Jéferson Sousa, que trouxe experiência e qualificação dos processos da Secreta Cia de Teatro e da Rede do Velho Chico para espetáculos como “A Paixão de Cristo”.
Outras iniciativas das igrejas evangélicas também demonstram o desejo de utilizar a arte do teatro para se comunicar com o público, embora seja feita de forma amadora.
Vídeos
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6ª Mostra de Teatro do Velho Chico
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Falas De Quê? - Espetáculo Teatral
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Doralice no Sertão Das Maravilhas - Espetáculo Teatral
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Teaser - O Segredo de Nara (Faça Bonito 2018)
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O Segredo de Nara - Espetáculo Teatral
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Teaser - Cova Rasa - Espetáculo Rito - 6ª Mostra de Teatro do Velho Chico
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Não Me Cegues - Espetáculo