Ocupação cultural, espaço de atividades artísticas, educacionais e sustentáveis
Capacidade: 100
Email Público: casadapracanh@gmail.com
Endereço: Rua Cacequi, 19 , Boa Vista, 93410-550, Novo Hamburgo, RS
CEP: 93410-550
Logradouro: Rua Cacequi
Número: 19
Complemento:
Bairro: Boa Vista
Município: Novo Hamburgo
Estado: RS
Descrição
A Casa da Praça é uma ocupação cultural, localizada junto à Praça Heitor Villa Lobos, na cidade de Novo Hamburgo desde 2013, que promove espaços de acolhimento, fomento e produção para artistas atuantes na cidade. No espaço são realizados projetos voltados ao circo, teatro, música e artes visuais, além de abrigar iniciativas autônomas e sustentáveis, tais como , espaços de discussão e palestras, feiras, eventos temáticos na praça (Piquenique Cultural), JAMs, oficinas de yoga, técnica vocal, experimentação cênica, expressão corporal, capoeira, desenho, projetos de permacultura, cineclubes e arte de rua, estando aberta às mais diversas expressões artísticas.A Ocupação se mantém de forma independente, através do aporte mensal dos sócios diretores e sócios residentes, os quais ocupam o espaço, promovendo eventos com colaborações espontâneas ou sugeridas na dinâmica do “Chapéu” em todas as atividades, como forma de estimular a participação, incentivo e promoção deste espaço público. A Casa da Praça atualmente é ocupada por seis residentes fixos, responsáveis pela gestão do espaço, de ocupantes passageiros, que se ocupam do espaço temporariamente e ocupantes não-residentes, artistas e ativistas da cidade de Novo Hamburgo e região, que usufruem e colaboram com o espaço - e proporciona acolhimento, assistência e moradia a artistas brasileiros e estrangeiros.
O prédio foi construído na década de 1980 pela prefeitura municipal de Novo Hamburgo, a fim de abrigar o Instituto dos Meninos Cantores, mais tarde conhecidos como Canarinhos. Os Canarinhos puderam representar Novo Hamburgo em festivais de Coros em território nacional e internacional, sendo reconhecidamente premiados por um número inestimável de troféus. Perpassando por administrações municipais dos mais diferentes espectros políticos, em 1990, encerram suas atividades musicais.
Entre 1990 e 2012, a vizinhança do bairro Boa Vista adotou a casa como um espaço comunitário, onde realizavam festas de aniversário e outras ações. Já em 2012, uma nova diretoria do Instituto se forma, mas dívidas trabalhistas impossibilitaram a captação de recursos. A gestão da Secretaria de Cultura de Novo Hamburgo (SECULT), à época, sugeriu a possibilidade de que o prédio fosse utilizado pelos grupos de teatro em atividade no município, por ocasião da Conferência Municipal da Cultura.
Diante disso, os responsáveis pelo Instituto à época abriram um canal de diálogo com artistas e coletivos culturais independentes da cidade para estabelecer uma estratégia de revitalização do espaço. Assim é fundada em 2013 a Associação Cultural Casa da Praça, no intuito de ocupar e reativar o prédio enquanto espaço de cultura, desta vez, abrangendo não só a música, mas também o teatro, o circo, cinema e as artes plásticas.
Desde a sua fundação, os integrantes da Casa da Praça enfrentaram desafios na regularização do alvará e autorização formal de uso do prédio na Rua Cacequi. Em 2022, o coletivo gestor em diálogo com os órgãos municipais, busca legitimar e instituir o movimento cultural no prédio. Os desafios perpassam também em questões burocráticas, financeiras e documentais, tais como, reformas estruturais urgentes, aquisição e renovação de equipamentos, entre outras demandas, que em etapas, têm sido superadas nos últimos meses em decorrência da dedicação e fluidez promovidas pelo coletivo.
Camila Eninger Oliveira apresenta em seu Trabalho de Conclusão de Curso de 2019, materiais e registros da história do prédio e dos movimentos culturais que ocorreram na Casa da Praça. A monografia traz ricos detalhes sobre o processo cultural ocorrido desde a fundação. Estão catalogados nomes de artistas e coletivos que já ocuparam o espaço, referências de notícias da imprensa, fotos, links para vídeos, entre outros materiais.
Segundo Oliveira, desde a fundação o movimento passou por diversas transformações. Iniciando pela criação da Associação, defrontando-se com desafios estruturais e jurídicos no prédio, a opção por um movimento com inspirações anarquistas e desinstitucionalizado entre 2015 e 2019, as relações de conflito em coletivo. Houve ainda a pandemia (2020/2021), a ordem de despejo (2022) e o movimento atual, que ocorreram após a publicação do trabalho. Investigar o contexto político, social e territorial das transmutações desse processo cultural, é necessário para fazer qualquer análise da gestão presente e dos impactos sociais na vida dos artistas e da comunidade.
Atualmente, a gestão do espaço vive uma constante implementação de um modelo de organização e gestão coletiva. Tendo como ato supremo o acordo e concordância entre todos ou maioria, e consulta ao Conselho Diretor da Associação Cultural Casa da Praça., são exploradas diversas formas de organizar a manutenção e limpeza, controle financeiro, documentação jurídica, realização de eventos, oficinas culturais, festivais, assembleias, ensaios, mutirões, moradia, espaços individuais e outras propostas culturais e contribuições espontâneas na casa. A livre sugestão horizontal é garantida a todos os componentes do coletivo, dando a todos a oportunidade de apresentarem propostas para estudo, para as chegadas de acordos, tentativa, acertos, erros, retomada de estudos de propostas, e assim por diante, em fluxo constante de convivência.
A Casa da Praça se localiza no Bairro Boa Vista, na cidade de Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre - RS. No extremo sul do Brasil, fazendo fronteira com Uruguai e Argentina, o território acaba tornando-se um lugar de passagem para imigrantes e viajantes que entram no Brasil com o objetivo de chegar às regiões litorâneas. O caráter coletivo atrai artistas de rua que encontram abrigo, acolhimento temporário e espaço para treinamento das suas atividades. O espaço torna-se uma referência e ponto de encontro de uma rede de artistas locais, viajantes e comunidade, que frequentam os eventos promovidos, assistem às oficinas ou fazem visitas esporádicas.
Critérios de uso do espaço
A Casa da Praça promove espaços de acolhimento, fomento e produção para artistas atuantes na cidade e região. No espaço são realizados projetos voltados ao circo, teatro, música, capoeira, artes visuais, além de abrigar iniciativas autônomas e sustentáveis, tais como espaços de discussão e palestras, feiras, eventos temáticos na praça, JAMs, oficinas de yoga, técnica vocal, experimentação cênica, expressão corporal, capoeira, desenho, projetos de permacultura, cineclubes e arte de rua, estando aberta às mais diversas expressões artísticas.
A Ocupação se mantém de forma independente, através do aporte mensal dos sócios conselheiros, sócios residentes e colaborações espontâneas dos frequentadores e comunidade na dinâmica do “Chapéu” durante as atividades, como forma de estimular a participação, incentivo e promoção deste espaço público. Os ocupantes da Casa da Praça se propõem a pensar coletivamente a gestão do espaço, regidos pelo estatuto da Associação Cultural Casa da Praça e tem como objetivos desenvolver projetos, eventos, oficinas e produções artísticas; fomentar, profissionalizar e promover a arte local, e estabelecer a troca e contato com a comunidade, além de promover melhorias no espaço e acessibilidade.
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